A Mordomia da personalidade
TEXTO: 1 Sm 16.7 “Mas o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque eu o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.”
INTRODUÇÃO: “CONHECE-TE A TI MESMO” disse o filosofo! Acredito que há uma profunda sabedoria nesta afirmação. Conhecer a si mesmo é, em suma, ter conhecimento do que é o homem; conhecer seus medos suas limitações, suas fraquezas, com o objetivo de poder viver melhor com o outro, de poder relacionar e interagir com outros “eus” diferente do meu próprio eu.
“Esse conhecimento, dá-nos o porquê de muita coisa que se passa em nós, é um poderoso agente de nossa saúde mental, espiritual e física. A compreensão, e aceitação, _ ou não aceitação, no caso da necessária metanóia ou conversão, do esforço para a cura interna, enquanto depende de nós, _ essa compreensão, digo, é o meio caminho andado para o equilíbrio interior e para perfeição integral do homem”
Pe. Haroldo J. Rahm,
É isso que procuraremos abordar, primeiro, mostrando os fundamentos científicos e por ultimo o caminho bíblico que se deve percorrer a fim de encontrar a verdadeira vitória e redenção da personalidade.
1 – O que é a personalidade?
Personalidade é um termo que apresenta muitas variações de significado. Em geral representa uma noção de unidade integrativa do ser humano, pressupondo uma idéia de totalidade. No senso comum é usada para se referir à capacidade de rápidas tomadas de decisão, para se referir a uma característica marcante da pessoa, como timidez ou extroversão por exemplo, ou ainda para se referir a alguém importante ou ilustre: “uma personalidade”. A personalidade atribuída a uma pessoa pode definir, para o senso comum, se esta pessoa é boa ou má. A psicologia evita este juízo de valor. A personalidade seria um conjunto de características que diferenciam os indivíduos
O pastor Antonio Gilberto define “personalidade” como “um conjunto de atributos e qualidades físicas intelectuais e morais que caracterizam o individuo”
2 – Quais são os elementos que constituem a personalidade?
Existem dois elementos principais que são formadores da personalidade: HEREDITARIEDADE E MEIO AMBIENTE.
2.1 - HEREDITARIEDADE: Em genética, hereditariedade é o conjunto de processos biológicos que asseguram que cada ser vivo receba e transmita informações genéticas através da reprodução.
A informação genética é transmitida através dos genes, porções de informação contida no DNA dos indivíduos sob a forma de sequências de nucleótidos. Existem dois tipos de hereditariedade: especifica e individual. A hereditariedade especifica é responsável pela transmissão de agentes genéticos que determinam a herança de características comuns a uma determinada espécie. A hereditariedade individual designa o conjunto de agentes genéticos que actuam sobre os traços e características próprios do individuo que o tornam um ser diferente de todos os outros.
Em outras palavras “hereditariedade são os fatores herdados, isto é, a natureza humana. Esses fatores hereditarios nascem com o individuo e afetam e agem no mesmo atraves:
- Do sistema nervoso;
- Do sistema endocrino (as glandulas de secreção interna);
- Dos demais orgãos internos.
l 2.2 – MEIO AMBIENTE: É o meio em que o individuo vive e foi criado. É um poderoso fator influente na personaliade. O Meio abrange: O lar, a comunidade, o trabalho, a escola,a igreja (religião), a literatura, o estado social (saude fisico, economia, alimentação, higiene, etc.)
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Esses fatores influem no psiquismo da pessoa, determinando o seu biótipo, istoé, sua constituição fisica, seu temperamento, seu carater. Biotipo e temperamento são componetes da personalidade.
2.3 – BIOTIPO – é o aspecto fisico morfologico do individuo
2.3 – TEMPERAMENTO – Tim LaHaye define temperamento como “a combinação de caracteristicas congenitas que subconscientemente afetam o procedimento do individuo.” Hipocrates (460 a 370 a.C.) conhecido como o pai da medicina¸ o primeiro teorico do “Temperamento”. Ele distinguiu os quatro temperamentos: o sanguinio, o melancolico, o colerico e o flemautico. De acordo com Hipocrates, o temperamento da pessoa dependia dos humores do seu corpo: sangue, bilis preta, bilis amarela e fleuma.
É importante conhecer os tipos de temperamento a fim de saber as qualidades e os defeitos natos da personalidade e permitir que o Espirito Santo os controle. Devemos confiar ao Espirito de Deus todo o nosso ser pois somente o Espirito de Deus pode transformar a mais vil personalidade e libertar o homem de habitos e padroes de comportamento que desagradam a Deus.
2.3.1 – Visão panoramica dos quatro temperamentos suas qualidades e defeitos.
2.3.1.1 - SANGUINEO
SANGUINEO
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Em geral são Atores, Vendedores, Oradores
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QUALIDADES
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DEFEITOS
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COMUNICATIVO
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PULSILÂNIME
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DESTACADO
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VOLUVEL
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ENTUSIASTA
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INDISCIPLINADO
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AFAVEL
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IMPULSIVO
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SIMPATICO
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INSEGURO
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BOM COMPANHEIRO
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EGOCENTRICO
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COMPREENSIVO
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BARULHENTO
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CREDULO
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EXAGERADO
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MEDROSO
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2.3.1.2 MELANCOLICO
MELANCOLICO
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Em geral são: Artistas, Musicos, inventores, filosofos, mestres
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QUALIDADES
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DEFEITOS
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HABILIDOSO
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EGOISTA
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MINUCIOSO
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AMUADO
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SENSIVEL
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PESSIMISTA
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PERFECCIONISTA
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TEORICO
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ESTETA
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CONFUSO
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IDEALISTA
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ANTI-SOCIAL
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LEAL
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CRITICO
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DEDICADO
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VINGATIVO
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INFLEXIVEL
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2.3.1.3 – COLÉRICO
COLÉRICO
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Em geral são: Produtores, construtores, lideres
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QUALIDADES
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DEFEITOS
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ENERGICO
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IRACUNDO
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RESOLUTO
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SARCASTICO
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INDEPENDENTE
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IMPACIENTE
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OTIMISTA
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PREPOTENTE
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PRATICO
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INTOLERANTE
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EFICIENTE
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VAIDOSO
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DECIDIDO
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AUTO-SUFICIENTE
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LIDER
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INSENSIVEL
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AUDACIOSO
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ASTUCIOSO
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2.3.1.4 – FLEUMATICO
FLEUMATICO
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Em geral são: Diplomatas, Administradores, professores, tecnicos
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QUALIDADES
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DEFEITOS
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CALMO
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CALCULISTA
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TRANQUILO
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TEIMOSO
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CUMPRIDOR
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INDECISO
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EFICIENTE
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CONTEMPLATIVO
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CONSERVADOR
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DESCONFIADO
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PRATICO
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PRETENCIOSO
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DIPLOMATA
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DESMOTIVADO
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BEM-HUMORADO
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“O temperamento por ser inato não pode ser mudado, mas pode ser controlado.”
(Antonio Gilberto)
3 – O carater
É o aspecto psiquico da personalidade. O carater é a caracteristica responsavel pela ação, reação e expressão da personalidade. É ele o centro de gravitação, estrura e equilibrio de toda a vida psicologica. Tem a ver com a vontade propria e conduta. É a “marca” da pessoa . Percebemos, portanto, que o indivíduo nasce com uma constituição (que é única no mundo) que trará o seu temperamento, enquanto que será moldado pelo ambiente em que vive em seu caráter. Este é um dos fatores pelos quais, embora sejamos crentes em Cristo Jesus, não somos iguais uns aos outros. Pelo contrário, cada um, embora tenha em si a mesma essência, ou seja, o espírito vivificado por Cristo, que nos torna conscientes e sensíveis à voz do Senhor, tementes à Sua Palavra e que nos impede de viver pecando, somos diferentes uns dos outros, a ponto, inclusive, de o apóstolo Paulo ter comparado a Igreja a um corpo humano, que é uma unidade, mas cujos membros são bem diferentes uns dos outros. Embora tenhamos a mesma essência, temos uma FORMA diferente, para aqui se utilizar da feliz expressão utilizada pelo pastor Rick Warren.
“…Não nos damos conta de como cada um de nós é verdadeiramente único. As moléculas de DNA podem se reunir em um número infinito de formas. A possibilidade de você algum dia vir a encontrar alguém exatamente igual a você é de 1 para 10 elevado a 2 400 000 000ª potência. Se você escrever esse número com cada zero da espessura de uma polegada, seria necessário uma tira de papel com 60 mil quilômetros ! Para que você coloque isso em perspectiva, alguns cientistas acreditam que o número de todas as partículas do Universo não passa de 10 seguido de 76 zeros, um número muito menor que as possibilidade de seu DNA. Sua singularidade é um fato científico da vida. Quando Deus o fez, Ele quebrou a forma. Nunca houve nem haverá alguém exatamente igual a você.(…). Você foi formado pelas experiências que teve na vida, estando a maioria delas além de seu controle. Deus as permitiu para o seu propósito na sua formação.…” (Rick WARREN. Uma vida com propósitos, p.213).
3.1 – O carater de um homem sem Deus
O apostolo Paulo descreve parcialmente as caracteristicas do carater de um homem que não teve a sua vida transformada pelo poder do evangelho de Cristo em 2 Tm 3.1-5:
A santidade originariamente estabelecida por Deus ao homem é completamente distorcida pelo pecado. Em sendo santo, como vimos, o homem teria a capacidade de dominar sobre toda a criação terrena, de sujeitá-la. No entanto, vivendo em pecado, seu caráter apresenta um homem escravizado, sem domínio sequer sobre si mesmo, que dirá sobre as demais criaturas. O caráter do homem pecador tem as seguintes notas que negam o propósito divino da santidade, a saber:
a) avarento – o homem pecador está escravizado pelo amor do dinheiro. Serve a Mamom, é um idólatra (Mt.6:24; Lc.16:13; Cl.3:5).
b) desobediente a pais e mães – o homem pecador é um desobediente, não aceita qualquer autoridade, inclusive a de seus próprios pais.
c) incontinente – o homem pecador não tem domínio sobre si mesmo, é escravo do pecado e, por isso, não consegue conter os seus desejos e paixões, é um desequilibrado.
c) profano – o homem pecador não distingue o que é santo do que é profano, o que é dedicado a Deus do que não o é, gerando a abominação do Senhor.
d) tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela – o homem pecador não tem a essência divina, nele não habita o Espírito Santo e, por isso, todas as suas atitudes negam a imagem e semelhança de Deus que ele parece ostentar.
Mas, além de não ser santo, o homem pecador também não frutifica, não busca a Deus nem está interessado em dele se aproximar. Cada vez mais se distancia do seu Criador, desprezando-O completamente. O caráter do homem pecador tem as seguintes notas que negam o propósito divino da frutificação, a saber:
a) presunçoso – o homem pecador acha-se superior aos demais e ao próprio Deus e, por isso, nem sequer procura a presença de Deus ou a Sua companhia.
b) soberbo – o homem pecador é auto-suficiente, acha que não precisa de pessoa alguma, inclusive de Deus. Por isso, não vai ao encontro do Senhor nem pede a Sua misericórdia. Deixa Jesus do lado de fora da sua vida, como fizeram os crentes de Laodicéia, que, por se acharem ricos e sem falta de coisa alguma, assim fizeram com o Senhor, que ficou à porta, batendo (Ap.3:17,20).
c) blasfemo – o homem pecador, como não busca a Deus, injuria-O, ataca-O com palavras, pois a boca fala do que procede do coração (Mt.15:18) e, portanto, como o coração do homem pecador despreza a Deus, a boca revela este desprezo por meio de blasfêmias.
d) obstinado – o homem pecador não ouve a voz de Deus, sempre endurece o seu coração, é uma pessoa obstinada, surda à sabedoria divina.
Por fim, o caráter do homem pecador não tem amor, seja o amor a Deus, seja o amor ao próximo. Separado de Deus por causa do pecado bem como sem querer buscá-lO, o homem não tem, mesmo, como ter amor, vez que Deus é amor e não há outra fonte possível de obtê-lo a não ser no Senhor. O caráter do homem pecador tem as seguintes notas que negam o propósito divino do amor, a saber:
a) amante de si mesmo – a primeira nota que Paulo aponta no homem pecador é a total impossibilidade de relacionamento com Deus e com o próximo. O pecador somente olha para si mesmo, ama a si mesmo, ou melhor, acha que ama a si mesmo, pois, se realmente se amasse, aceitaria a oferta de salvação na pessoa de Jesus Cristo. O homem pecador tudo faz apenas para saciar a natureza pecaminosa que o domina, o “corpo da morte” mencionado por Paulo (Rm.7:24).
b) ingrato – o homem pecador é incapaz de agradecer e retribuir ao favor seja de Deus, seja do próximo. Não sabe nem tem condições de aprender o que é agradecer, ser grato.
c) sem afeto natural – o homem pecador é incapaz de ter afetividade, de ter afeição por alguém. Só pensa nele, ou antes, em satisfazer os desejos incontidos que estão em si mesmo, a concupiscência.
d) irreconciliável – o homem pecador é incapaz de ter verdadeiros relacionamentos com os outros. Não consegue se reconciliar com quem frustrou os seus interesses, jamais perdoa ou quer bem a outrem.
e) cruel – o homem pecador tem prazer no sofrimento do outro, desde que isto signifique a satisfação dos seus interesses imediatos.
f) sem amor para com os bons – o homem pecador não tem amor, é ruim e, por isso, a existência de pessoas boas o incomoda e gera nele um ódio, que o leva ao desejo de eliminação dos bons que se encontram à sua volta.
g) traidor – o homem pecador não sabe o que é honrar a confiança do outro, não sabe o que é lealdade. Não tem amigos, apenas interesses e, por isso, trai com facilidade, desde que isto lhe traga benefícios imediatos.
h) orgulhoso – o homem pecador, na sua convivência com os demais, em vez de aprender com os outros e lhes dar valor, engrandece-se, entende-se superior aos demais, “incha” e, por isso, menospreza os demais, inclusive a Deus. Não sabe se relacionar, isola-se, esquecendo-se de que é menos que nada (Is.40:17).
i) mais amigo dos deleites do que amigo de Deus – o homem pecador não tem interesse algum em amar a Deus. Ama tão somente aos prazeres buscados pela sua natureza pecaminosa e entre esta satisfação e Deus, sempre busca a satisfação.
O homem pecador adquire, ao longo de sua existência, maus hábitos, na sua convivência com o pecado, distancia-se cada vez mais do Senhor. Por isso, diz o apóstolo, “aprendem sempre e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade” (II Tm.3:7). São homens que “…resistem à verdade, (…) corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante, porque a todos será manifesto o seu desvario…” (II Tm.3:8,9).
Este caráter tão distante do propósito divino é o produtor do que o apóstolo denomina, na sua carta aos gálatas, de “obras da carne” (Gl.5:19-21), uma lista extensa e que é tão somente enumerativa, ou seja, as ações são tantas que o apóstolo, após ter apontado dezesseis condutas reprováveis, termina dizendo que existiam outras “semelhantes àquelas”, não esgotando, assim, as maldades possíveis, pois o homem pecador, lamentavelmente, possui uma imaginação continuadamente má (Gn.6:5). Por isso, o pecado se multiplica, máxime nos dias em que estamos a viver (Mt.24:12).
- É um componente da personalidade
- É adquirido, não herdado
- Herdamos tendencias, não carater
- Resulta da adaptação progressiva do temperamento as condições do meio ambiente
- Pode ser mudado, mas não é facil
4 – Os caminhos para transformação e a verdadeira mordomia da personalidade segundo a Biblia.
4.1 - Embora a personalidade tenha a hereditariedade e o meio ambiente como fatores fundantes, o homem não deve ser escravo do meio e nem usar a hereditariedade como disculpa para não mudadar . “ e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Responderam-lhe: Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém; como dizes tu: Sereis livres? Replicou-lhes Jesus: Em verdade